A Mulher


Ó Mulher! Como és fraca e como és forte
Como sabes ser doce e desgraçada
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada

Quantas morrem saudosa duma imagem
 Adorada que amaram doidamente
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento
Paixão que faria a felicidade dum rei
Amor de sonho e de saudade
 Que se esvai e que foge num lamento

Florbela Espanca