Não me Sinto Só


Não me sinto só nesta apatia das palavras. 
Nesta ausência de inspiração constante e colectiva. 
Nesta languidez que me entorpece o corpo e me adormece a mente. 
Não me sinto só nesta ânsia de respirar livremente a frescura dos dias, 
sem que o nó que me sufoca, me sufoque. 
Sinto-me parte integrante de uma multidão de espíritos cansados e oprimidos, 
vencidos pelo seu próprio medo e revolta. 
Não me sinto sozinha, mas oxalá estivesse. 
Oxalá a maioria de nós conseguisse vencer esta letargia.


Texto deSofia Azevedo (um pseudónimo de mim)