"Aneurisma. Qualquer instante pode ser o último. Sem o mínimo pressentimento, no mais completo desconhecimento, irei transpor uma barreira invisível, para além da qual nada existe, nem sequer a escuridão. O meu próximo passo pode muito bem ser o passo através dessa barreira. Não é então ilógico sentir medo disso, tendo consciência de que nem sequer me aperceberei da súbita síncope e sabendo de antemão que tudo irá acontecer assim mesmo?"
Narrativa de Amadeu de Prado em 'Comboio Nocturno para Lisboa' de Pascal Mercier