O Mundo dos Cultos (1 ano depois)

Ontem, dia 21 de Janeiro, este blog fez 1 ano, e para assinalar a data decidi (re)publicar o meu 1º post. Um texto que escrevi num desabafo precisamente no mesmo dia que decidi criar este espaço como partilha de ideias e expressar de opiniões. A todos os que por aqui passaram e aos que contribuíram para que estas Planícies da (minha) Memória fossem tão longe, o meu mais profundo e sincero OBRIGADO!


Ser culto está decididamente na moda... mas poderá o mundo dos cultos ser um mundo livre sem que na alma dos que nele habitam, pese o conhecimento da realidade, da miséria e da hipocrisia? Será a sua liberdade de expressão uma voz sincera, ou será apenas o eco da influência e das ideias organizadas e defensoras de demagogias consumistas e generalizadas? Será o mundo dos cultos um mundo mais inteligente que o mundo dos homens simples? Poderão os cultos ser tão nobres de espírito e sábios de pensamento quanto aqueles que se cultivam através da experiência de vida e do conhecimento de causa?

Não sei a resposta a estas perguntas. Sou apenas uma pessoa simples. Alguém que não tem a pretensão de ser chamada de culta. Viver é o meu lema. A minha ignorância é a minha riqueza. O que me define são as minhas ideias e as minhas decisões. A verdadeira cultura, assim como a sabedoria dos homens, não se aprende nos livros que já foram escritos, mas sim naqueles que ainda ninguém escreveu.

Não dedico este meu primeiro post aos que gostam de se manter actualizados,  porém sem fazer da informação e da cultura que da mesma advém, o ar que respiram, mas sim àqueles que acham que ler o jornal é saber tudo sobre a vida. Àqueles que acham que devorar todos os debates políticos é entender política. Àqueles que acham que ler um livro que não entendem, mas porque é um best-seller, é sinónimo de inteligência.

Eu também leio o jornal, também vejo debates e também leio livros. Mas a pergunta que fica é apenas uma... o que faz cada um de nós depois disso? Quem optamos por ser? Alguém que escolhe viver de acordo com as suas verdadeiras convicções, ou alguém que limita os seus horizontes a uma cultura abstracta e imposta, apenas para compensar a sua ignorância e pobreza de espírito?
Helga

Sinónimos de Nós


Vestígios, marcas, sinais. Sinónimos que ditam a nossa presença e por onde passámos. Unívocos que num instante apenas se transformam em nada, vazio, silêncio. A nossa presença é apagada, extinta, fica sem rasto. Somos como um enorme dicionário de adjectivos e substantivos. Um verbo entoado no presente, sem pretérito perfeito ou imperfeito. Um conjunto de palavras e de frases feitas que nos define e nos ilude. Vocábulos que nos castigam e nos alentam com o significado do seu contrário. Ontem alegria. Hoje tristeza. Ontem paixão. Hoje recordação. Hoje amiga. Amanhã esquecida. Hoje lúcido. Amanhã louco. Ontem mágoa. Hoje esperança. Hoje preso. Amanhã livre. Ontem nada. Hoje tudo.
Helga