Nada


"Aneurisma. Qualquer instante pode ser o último. Sem o mínimo pressentimento, no mais completo desconhecimento, irei transpor uma barreira invisível, para além da qual nada existe, nem sequer a escuridão. O meu próximo passo pode muito bem ser o passo através dessa barreira. Não é então ilógico sentir medo disso, tendo consciência de que nem sequer me aperceberei da súbita síncope e sabendo de antemão que tudo irá acontecer assim mesmo?"

Narrativa de Amadeu de Prado em 'Comboio Nocturno para Lisboa' de Pascal Mercier

19 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Se nem a escuridão existe e sem aviso um passo para lá pode acontecer, que hei-de eu aqui dizer?
Acenda-se a esperança, pois tudo pode acontecer...

Ava disse...

Arrepiante este trecho. Como somos tão insignificantes e ao mesmo tempo tão arrogantes perante a vida, perante o Ser...
Um livro a ler.

Beijinhos doces, Ava.

maria teresa disse...

Este "testemunho" reforça o modo como temos que encarar a vida...
Abracinho

Brown Eyes disse...

Helga há já hipóteses de destruir esse aneurisma, quando se dá conta a tempo,não sendo preciso, em grande parte dos casos uma operação à moda antiga. Com raios lazer, se não estou enganada. Mas é com problemas idênticos que as pessoas se apercebem o quanto a sua presença é passageira por este mundo. Não vale a pena perder tempo com coisas inúteis. Isto é apenas um trecho do livro ou é muito mais?
Beijinho Grande para ti Linda e espero que o carro tenha aparecido.

By Me disse...

UM FIO ENTRE A VIDA E A MORTE...NESTES MOMENTOS AJUDAM A VALORIZAR A QUALIDADE DE VIDA...E VIVER NÃO É SÓ RESPIRAR...

BELA FOTO...MUITO A PROPÓSITO

BEIJINHOSSS

Poetic Girl disse...

Então querida Helga, diz-me escolhi bem o livro ou não? Estou neste momento a relê-lo para fazer uma recesão critica para português. Não me canso deste livro, bjs

Alda disse...

Desculpa a pergunta directa, mas que mensagem é esta Helga?

Bateu-me cá no fundo...

Beijinhos

Catsone disse...

Bem, no meu caso, vivo tranquilo; para mim não existe escuridão depois dessa barreira ;)

Anónimo disse...

Helgamiga

Há que saber vencer tudo o que nos tenta derrubar. Esta narrativa que transcreves é de uma beleza, mas aterradora. Um aneurisma é um assassino pela calada, sem alertar, cobarde e traiçoeiro. Mas, lá que é um excelente texto - é.

Amiga

Chego aqui por intermédio do nosso Amigo AC e estou muito satisfeito por te ter encontrado. O teu blogue é muito interessante, e bem escrito. O que, para mim, que sempre ganhei a vida a produzir prosa tão honesta quanto possível, (sou jornalista e dizem que também escritor, dizem…, e aos 69 anos não me sinto velho) é motivo acrescido de satisfação.

Espero que me retribuas a visita e deixes comentários na Minha Travessa. E, já agora, que te tornes minha (per)seguidora. Não é pedir muito… Obrigado

Qjs = queijinhos = beijinhos

NB – Peço-te desculpa, mas tenho de referir que este é um texto base, ainda que com algumas apreciações individuais e específicas. Infelizmente não sou dono do tempo, e a sê-lo seria uma chatice… Para que não haja dúvidas. Mas, é sincero.

GizeldaNog disse...

Querida Helga...

O título desse post é aterrador : o que há além do nada? O que há a temer depois?

Sem dúvida, há textos que , com algumas linhas, transformam-se em livros em nosso pensamento. Esse bem poderia ser um deles.

beijo.

su disse...

não é necessário um aneurisma, basta uma simples queda na banheira. como a outra disse, basta estar viva ;)

e nada, não. muita luz, muito amor. o amor verdadeiro, acredito.


beijinho Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Lala disse...

Senti-me deveras arrepiada, no entanto, não sei onde, consegui ver uma sombra de esperança. Dar o passo é ter esperança. E é disso que se fala quando a coragem ou a força nos faltam. Da vida, retiramos que o desafio é um professor.
Beijinhos!

mz disse...

Qulquer instante pode ser o último, mesmo sem existir um aneurisma...

Espero que esteja tudo bem e que o texto seja só uma reflexão para quem aqui passa.

Bjs

Insana disse...

Linda mensagemmm

bjs
Insana

Lala disse...

Depois de andarmos de Planície em planície pelas Memórias de alguém que até parece que conhecemos bem, sabe semp+re bem e é reconfortante uma colherzinha de sopa, não achas?
Pois bem, a panela lá do outro lado tem uma sopinha acabadinha de fazer e guardou uma colher para ti... não é publicidade... é só um presentinho de reconhecimento ;)!

Beijinhos**

Lídia Borges disse...

Será que algum dia saberemos encarar, com naturalidade, momentos assim?


L.B.

Fê blue bird disse...

Querida amiga:
Desculpe-me só hoje passar por aqui, tive um pressentimento, espero sinceramente que esteja bem, apesar da saudade, apesar da ausência.

beijinhos

Helga Piçarra disse...

Obrigada a todos pelo vosso carinho e comentários. Na realidade é apenas um trecho de um livro fantástico que estou a ler. Eu estou bem e ansiosa por estar com todos vocês outra vez.

Um grande beijinho e até breve :)

Luz Santos disse...

Nada me incomoda este trecho...!
Antes isso do que ser atropelada numa passagem de peões e ficar a vegetar.
É o que sempre peço ao "meu" Deus...!
A Luz A Sombra