Na Lusófona há meninos trajados como abutres que impedem colegas seus
de falar com jornalistas. Nem quero saber se as mortes do Meco se
ficaram a dever a um ritual idiota de humilhação e vassalagem; escolho
deprimir-me antes com esta omertà manhosa que visa encobrir a vergonha,
exorcizar a culpa, proteger a amada "tradição".
Mas fazem bem, os meninos das capitas grotescas. Fazem bem em
acalentar as praxes universitárias. Elas são, afinal, a melhor formação a
que os nossos filhos se podem sujeitar; treino para viver num país em
que a obediência redime, a cabeça baixa salva e a submissão leva à
vitória.
Como na tropa, as praxes preparam para o campo de batalha. E para a
obediência cega aos mais graduados. Mesmo que as ordens venham de alguém
que só tem a sua burrice, a capacidade de chumbar resmas de anos como
galões. Passando no teste, as vítimas poderão um dia, oh suprema
felicidade!, vir a oprimir os seus próprios recrutas.
Os meninos que mais aprendem com desfiles em trajes menores e
excrementos besuntados na cara ficam prontos para altos voos. Prontos,
por exemplo, para serem deputados de um partido que os obriga a votar de
forma abjecta, contra a sua consciência. E nem sentem vergonha:
proclamam ridículas declarações de voto com o ar contrito de soldados
que se sacrificaram pelo bem do pelotão. Eles não queriam, ela até fugiu
na hora H... mas nenhum ousa abandonar o "grupo" que os pôs a votar
contra a decência que neles ainda sobrevive. Foram bem treinados.
Um texto de Luís Rainha, o qual subscrevo e assino cada linha.
4 comentários:
Luis Rainha escreve que nem um rei...
Boa partilha, minha amiga
Também subscrevo e como acho que a corja política devia ser dizimada também sou contra praxes. Beijinhos
Eu também subscrevo!
Abracinho meu!
Subscrevo inteiramente e abomino tais práticas.
Beijinho
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