Ó Mulher! Como és fraca e como és forte
Como sabes ser doce e desgraçada
Como sabes ser doce e desgraçada
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada
A tua alma se estorce amargurada
Quantas morrem saudosa duma imagem
Adorada que amaram doidamente
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento
Paixão que faria a felicidade dum rei
Amor de sonho e de saudade
Que se esvai e que foge num lamento
Florbela Espanca
2 comentários:
Eu lembrei-me de Sophia... prosa que há tanto não lhe lia.
Se as mulheres fossem como Florbela as vê, o mundo seria uma desgraça
mas assim, também é!
Rogério,
Smpática e verdadeira analogia :)
Somos perfeitas na nossa desgraça tal como somos imperfeitas na nossa graça.
Abraço
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