Saramago (1922 - 2010)


Sempre que morre um poeta
O mundo fica mais pobre
Sempre que se recorda um poeta
A alma fica mais nobre

Acrescento ainda, que mesmo não sendo grande conhecedora da obra deixada por José Saramago, não posso deixar de prestar a minha homenagem a um homem que sempre defendeu as suas convicções até ao fim e nunca abdicou dos seus ideais. Uma virtude que poucos possuem. Uma coragem que poucos admiram.

Helga

31 comentários:

Alda disse...

*
Que descanse em paz!

Thaís Ismail disse...

Helga, talvez você tenha sido sutil ao dizer-se não grande conhecedora das obras de Saramago... porque suas palavras sabem muito sobre a essência do poeta da prosa.
Despedida linda!
beijo!

maria teresa disse...

Despede-se?Espero que por muito pouco tempo.
As mentes esquecem e só relembram as coisas boas quando se morre. Talvez aqueles a quem Saramago deu "cabo da vida" pouco depois do 25 de Abril não esqueçam...
Que descanse em paz!
Abracinho

Fê blue bird disse...

Bonita homenagem.
Um escritor nunca morre,cada livro seu é um pedaço da sua vida que permanece.
Gosto de Saramago e tive o privilégio de o "estudar" em Literatura (frequento a Universidade Sénior)com uma professora maravilhosa.
Muitas vezes o não gostar vem do desconhecimento.
Um beijinho

Unknown disse...

Bonita homenagem. kiss

Unknown disse...

e ficam muitos ideais para cultivar
um abraço

Jr Vilanova disse...

Um homem de coragem, que cumpriu sua missão e agora pode seguir em paz seu novo caminho!
Registro minha homenagem também.
Jr.

Raquel Coelho disse...

Apesar de não ser conhecedora exaustiva da sua obra, li o "Memorial do Convento" e alguns dos seus poemas.

É uma grande perda para o mundo das artes!

Que descanse em paz!

Mil pétalas...

GizeldaNog disse...

Minha querida Helga...

Estive por aqui nesses últimos dias e não postei porque queria entender o que há entre Portugal e Saramago.

Percorri blogs que o ignoraram, outros magoados, algunsraivosos e poucos que o elogiaram. Li jornais de Lisboa e estou um pouco estarrecida com a polêmica sobre cinzas ( para onde vão?que importa? é a obra que fica.) e a ausencia do presidente Cavaco no velório( Não vejo ofensa nehuma, ele pode escolher onde vai...afinal é o presidente.)

Na verdade, acho que há uma mistura entre autor, obra e pessoa. Não concordo com os rompantes dele em entrevistas, mas a obra que ele deixou é soberba.Ele acrescentou muito às minhas reflexões,estou muito triste por saber que só irei relê-lo, mas não haverá outros desafios.

Ninguém pode aviltar nossa fé, ela é " dentro",mas religião é ritual, por isso cada um pode exercê-la como lhe aprouver.
Enfim, ele ousou e teve que pagar por isso com o desprezo de sua gente. Acredito que o tempo apagará o homem e os portugueses saberão, um dia, aproveitar o que ele deixou: literatura portuguesa de alta qualidade.

Perdoe-me o excesso, mas eu precisava escrever isso.Continuo sem entender em profundidade, no entanto.
Beijos e mais uma vez , desculpe-me.

Rogério G.V. Pereira disse...

A Helga escreveu que ele "defendeu as suas convicções até ao fim e nunca abdicou dos seus ideais"

Registe a minha vontade de o tomar por exemplo.

(não sei se chegou a ver a flor que ele me deu...)

Beijo

Pena disse...

Extraordinária Amiga:
Belíssima homenagem ao escritor "desaparecido" para sempre.
Permanece no seu e no nosso coração de encanto.
Ele "ouvirá", por certo, o seu brilhantismo e encanto neste gesto profundo de significação imensa.
Bem-Haja, pelo seu talento.
"Potes" de beijinhos amigos. Com respeito e estima.
Sempre a admirá-la

pena

Linda.
É notável.

Helga Piçarra disse...

Alda, que descanse em paz!

Helga Piçarra disse...

Beijo a Noite, agradeço as tuas palavras, mas na verdade nunca li nada de Saramago, a não ser um trecho aqui e outro ali. Sei que não é o suficiente para se conhecer e avaliar a obra de um escritor. Mas o conhecimento da essência do poeta, muitas vezes vezes vai mais além das palavras que o mesmo escreve. Está nas palavras que o mesmo diz e na forma como as diz.

Muito obrigada pelo teu comentário e pela tua visita, que em breve retribuirei com todo o gosto.

Um beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Maria Teresa, despedi-me temporariamente, para não ter de me despedir do meu pc definitivamente, pois resolveu fazer birra e bloquear-me o acesso a tudo até me deixar com os nervos em franja. Mas já recuperou e está óptimo de saúde.

Quanto a Saramago, ele tinha esse efeito - era amado por uns, odiado por outros. Pessoalmente não o amava, nem o odiava, apenas admirava a sua frontalidade, em dizer o que a maioria apenas pensa.

Um beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Fê, concordo absolutamente com a tua observação - muitas vezes o não gostar vem do desconhecimento. Eu conheço pouco, mas o que conheço basta-me para gostar.

Um beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Tulipa, obrigada!

Kiss :)

Helga Piçarra disse...

Manjedoura, muitos e muitos... pena não restar muita gente disposta a cultivá-los.

Beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Irina, é uma grande perda para o mundo em si!

Beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Gizelda, o que se passa entre Portugal e Saramago, é precisamente o que disse no final do seu comentário - o tempo apagará o homem e as polémicas e um dia saberemos dar valor à obra deixada e ao que ela de facto representou e representa no mundo da literatura.

Em relação à ausência do Presidente, tenho que discordar do que disse. Como representante máximo de todos os portugueses, era sua obrigação estar presente pelo menos na cerimónia fúnebre. Não se pedia que Cavaco Silva fosse fazer papel de hipócrita e dizer que Saramago era um grande homem, depois de ele mesmo na qualidade de primeiro Ministro ter banido um dos seus livros, pedia-se apenas que Cavaco Silva cumprisse o seu dever de Chefe de Estado e ele não o cumpriu. Estamos a falar do primeiro escritor a receber o Prémio Nobel da Literatura em Portugal. Alguém que levou a nossa língua mais além, tal como Amália Rodrigues o fizera com o fado e Eusébio com o futebol. Poderá haver quem não concorde comigo, mas pessoalmente senti-me envergonhada com a sua atitude de desprezo pelo acontecimento.

A fé, é como a Gizelda disse, cada um é livre de a exercer à sua maneira, assim como somos todos igualmente livres de não concordar com as diferentes formas como cada um a exerce, porém temos o direito de a respeitar.

Não pela desculpa pelo excesso. Este espaço não é apenas um depósito de palavras, é um espaço de debate e troca de ideias e de opiniões, as quais são sempre todas muito bem vindas, principalmente e incluindo a sua. Pessoalmente sei o quanto é admiradora de José Saramago. Sei o quanto esta perda lhe é penosa. Talvez mais a si, do que a muitos de nós.

Um grande beijinho

Helga Piçarra disse...

Rogério, registei a sua vontade. Registe o meu desejo que a consiga concretizar.

A flor que ele lhe deu é absolutamente maravilhosa. Já fui vê-la e apaixonei-me por ela e pelo que ela me ensinou.

Beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Junior, foi fundamentalmente à sua coragem que quis prestar-lhe esta homenagem. Obrigada!

Um beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Caro Pena,

Mais uma vez agradeço as suas amáveis palavras. Se ele ouvirá as minhas, não sei. As palavras são frágeis e levadas pelo vento. Que descanse em paz!

Um beijinho sempre de grande respeito :)

Carlos Albuquerque disse...

Estendo-lhe as mãos e dou-lhe um abraço, nesta homenagem a José Saramago.
Inteiramente de acordo com o que disse (na resposta a um comentário) sobre a ausência do PR. Perante a partida de um Grande, o PR revelou a sua pequenez, o que, para ser franco me não surpreendeu…
Terá o PR ouvido o que disse a vice-presidente do Governo de Espanha, Maria Teresa de La Veja, sobre Saramago, nas cerimónias fúnebres?
“…e ele sonhou. Sonhou com uma terra livre – livre de opressão, de miséria e de perseguição. Sonhou com um mundo em que os fortes eram mais justos e os justos eram mais fortes – um pouco mais fortes a cada dia…e ofereceu-nos os seus sonhos em páginas cheias de ideias, ilusões de vida, que passaram a fazer parte dos nossos tesouros mais queridos, que nos demonstraram que a vida dos livros, quando são escritos com a pureza com que o fazia José Saramago, pode ser tão intensa como a real".
Se ouviu mais razões terá dado a si próprio para a ausência…
Um beijinho :)

By Me disse...

TAMBÉM NUNCA LI NADA DELE...JÁ TIVE OPORTUNIDADE MAS NÃO ME APETECEU...NÃO SEI PORQUÊ MAS NÃO SIMPATIZO COM ELE...MEIO MUNDO PODE ADMIRÁ-LO...IDOLATRÁ-LO MAS EU AINDA NÃO...NEM É POR SER COMUNISTA...OS MEUS IDEIAIS VÃO PARA ALÉM DAS CORES PARTIDÁRIAS...MAS A ÚLTIMA ENTREVISTA CAIU-ME MAL...NA MINHA OPINIÃO NÃO HAVIA NECESSIDADE DE IR TÃO LONGE AO CHAMAR DEUS DE ...REVOLTAR-SE CONTRA OS HOMENS E TODAS AS SUAS INJUSTIÇAS...COMPREENDO PERFEITAMENTE...

HÁ OS QUE EM VIDA TIVERAM A SUA GLÓRIA ENQUANTO OUTROS SÃO ESQUECIDOS E TALVEZ UM DIA ALGUÉM DESENTERRE OS SEUS MÉRITOS ESQUECIDOS.

BEIJO

Helga Piçarra disse...

Carlos, obrigada pelo abraço, que com muito prazer lhe retribuo. Realmente o PR não surpreendeu, apenas desiludiu.
Palavras bonitas de Maria Teresa de La Veja - um mundo onde os fortes fossem mais justos e justos fossem mais fortes. Afinal, um sonho de todos nós...

Um beijinho :)

Helga Piçarra disse...

Pedrasnuas, eu não li apenas porque... nem sei porquê. Não calhou. Mas conheço alguns trechos e poemas.
Como já disse aqui, Saramago tinha esse efeito - ou se amava, ou se odiava. Idolatrar, não idolatrava, apenas apreciava algumas qualidades nele enquanto homem, no seu carácter de não deixar nada por dizer. Apreciava isso nele e aprecio em qualquer pessoa. Porém, reconheço que muitas foram as vezes que poderá ter sido um tanto inconveniente, mas até essa inconveniência se tornava admirável, e por conseguinte, incómoda para muitos.

É um direito que te assiste, o direito à não empatia para com a sua pessoa. A forma como ele apelidava Deus, era sem dúvida polémica, mas a fé dos homens não é toda igual e talvez as injustiças - tantas e tantas, cometidas em nome de Deus - tenham influência na forma como ele o encarava. Não sei...

Contudo, gostei da forma como terminas este teu comentário, pois nisso somos peritos - em esquecer as nossas glórias. Talvez um dia alguém desenterre todos os nossos méritos - e foram tantos!

Um beijinho :)

Brown Eyes disse...

Helga foram essas as qualidades que sempre admirei nele. Há pouco quem grite contra as ideologias da maioria, pouco quem diga o que pensa, pouco quem seja único e se orgulhe disso. Beijinhos

Helga Piçarra disse...

Mary, que bom voltar a ter-te por aqui. Sê muito bem vinda!

Também eram essencialmente essas as qualidades que sempre admirei nele, já que da obra pouco ou nada conhecia. Pena não haver mais quem se faça ouvir, ainda que muitas vezes seja inconveniente para o conseguir. Somos um povo de cordeirinhos e quando alguém se destaca, torna-se num alvo a abater.

Um beijinho

PS: Prometo que logo que possível vou ler e comentar o ensaio sobre o teu regresso, com toda a tenção e carinho.

Salteador de Momentos disse...

Arrepiei-me

Olga Mendes disse...

Embora não seja uma grande apreciadora da sua escrita, sou sempre apreciadora das lutas travadas pelas ideias. Penso sempre que se deve dar valor às pessoas em vida, pelo que são e pelo que constroem. Como escritor Saramago nunca vai morrer porque ele existe nos "seus livros". A seguir vou ler um livro dele para mostrar ao meu filho que sou capaz de aguentar mais um (ele já vai no segundo). Beijinhos.

Manuela disse...

Gostei deste post sobre esse grande homem que foi o Saramago. Com pouco disseste muito.Subscrevo inteiramente.